Sabes que não há tempo
Como o tempo em escrevia poesia
Em que a noite era dia
Sabes que não custa andar
Não há esquinas no tempo
Nem portas por descobrir
Escrever é deixar ir
A mão atrás da pena
É conjugar verbos
E rir
Sem os alcançar
É ver os pássaros voar
Reunidos em congresso
Quietinhos e atentos no ar
Sabes que não há tempo
Nesta poesia, na minha poesia
Como o tempo de rimar
Sabes que gosto cada vez mais
Da poesia que envelhece
Do verso que é verso
E parece
Sabes que não há tempo
Para crescer a poesia
Ela quer-se à nascença
Adulta, madura e esguia
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Beijinho.